Catequese

Catequese para todas as idades

Resumo Detalhado – Documento 95 da CNBB

Resumo Detalhado – Documento 95 da CNBB

O Catequista e o Ministério da Catequese

Edição: 2011
Objetivo: Ajudar os catequistas a compreenderem sua identidade, espiritualidade e missão, à luz do chamado de Deus e do serviço à comunidade.


1. Introdução: Um chamado e um dom de Deus

O documento começa afirmando que o catequista é um chamado de Deus, não apenas um voluntário que “ajuda na igreja”.
Ser catequista é uma vocação, um dom gratuito do Espírito Santo concedido para o serviço da Palavra e da fé.

A Igreja reconhece que a catequese é parte essencial da missão evangelizadora. E quem a exerce participa do ministério da Palavra, continuando a missão dos apóstolos: fazer discípulos e formar cristãos maduros na fé.


2. O mistério do catequista: identidade e missão

O documento explica que o termo “mistério” não é usado no sentido de “segredo”, mas de realidade sagrada: algo que revela Deus e sua ação.
Assim, o “mistério do catequista” é o modo como Deus se revela e age através da vida dessa pessoa.

O catequista é:

Chamado por Deus para anunciar o Evangelho;

Enviado pela Igreja como servidor da comunidade;

Sustentado pelo Espírito Santo, que o torna testemunha e educador da fé.

O catequista é, portanto, discípulo, missionário e educador:

Discípulo: aprende de Jesus e alimenta-se da Palavra e da Eucaristia;

Missionário: anuncia o que vive e testemunha com a própria vida;

Educador da fé: acompanha, forma e inicia na vida cristã.


3. Dimensões da vocação do catequista

O documento apresenta três dimensões inseparáveis que formam o “mistério do catequista”:

a) Vocacional

O catequista não se faz por vontade própria, mas é chamado.

Esse chamado exige resposta livre e fiel.

A vocação nasce na comunidade e nela é confirmada.

b) Eclesial

A missão do catequista não é individual, mas parte da missão da Igreja.

Ele é ministro leigo, participante do sacerdócio batismal.

Atua em comunhão com os pastores e outros ministérios.

c) Missionária

Todo catequista é missionário por natureza.

É enviado a anunciar, testemunhar e formar discípulos.

Sua ação não se limita à sala de catequese, mas se estende à vida e à comunidade.


4. O perfil do catequista

O Documento 95 descreve o perfil desejado do catequista cristão:

a) Humano

Pessoa equilibrada, acolhedora e madura afetivamente.

Aberta ao diálogo e à escuta.

Capaz de empatia, serviço e convivência comunitária.

b) Cristão

Alguém que vive a fé com autenticidade.

Participa da Eucaristia, da Palavra e da vida da comunidade.

Tem oração pessoal e comunitária como base.

c) Eclesial

Sente-se parte viva da Igreja.

Trabalha em comunhão com o pároco e os demais ministérios.

Age com espírito de serviço, corresponsabilidade e obediência pastoral.

d) Catequético

Conhece o conteúdo da fé (Sagrada Escritura, Doutrina, Tradição).

Sabe comunicar a fé com linguagem acessível.

É educador, animador e testemunha da fé.


5. Espiritualidade do catequista

O Documento 95 insiste que o catequista precisa alimentar a própria fé.
Sem espiritualidade, o serviço se torna apenas atividade humana.

A espiritualidade do catequista é:

Cristocêntrica: centrada em Jesus Cristo.

Eclesial: vivida na comunhão da Igreja.

Missionária: voltada para o testemunho e a evangelização.

Encarnada: vivida no cotidiano, na família, no trabalho e na comunidade.

O catequista é chamado a ser testemunha antes de ser mestre, lembrando as palavras de Paulo VI:

“O homem contemporâneo escuta mais as testemunhas do que os mestres; e se escuta os mestres, é porque são testemunhas.”


6. Formação do catequista

O documento propõe uma formação integral, permanente e comunitária:

Dimensão do ser: formação humana e espiritual (identidade pessoal e fé).

Dimensão do saber: formação doutrinária, bíblica, litúrgica e pastoral.

Dimensão do saber-fazer: formação pedagógica, metodológica e prática.

A formação deve acontecer na comunidade, com acompanhamento e espaços de convivência, oração e partilha.


7. O ministério do catequista

O Documento 95 já prepara o terreno para o reconhecimento oficial do ministério instituído de catequista, algo que foi confirmado mais tarde pelo Papa Francisco (em 2021, com o Motu Proprio Antiquum Ministerium).

Ele afirma que a Igreja precisa reconhecer, valorizar e, aos poucos, instituir o catequista como ministério estável, em comunhão com os demais ministérios leigos.


Conclusão: o catequista, ícone de Cristo Mestre

O texto conclui recordando que o catequista é ícone de Cristo Mestre, o verdadeiro catequista.
Sua vida deve refletir o amor de Cristo e conduzir os catequizandos ao encontro pessoal com Ele.

A catequese é mais que ensino: é um processo de transformação de vida.
Por isso, o catequista é “servo da Palavra e testemunha do amor de Deus”.

Sobre Domingos Nunes

Domingos Nunes trabalha com tecnologia em telecom. Une tecnologia, fé e desenvolvimento pessoal para inspirar e transformar vidas.

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