-
Domingos Nunes
- 25/10/2025
- 140
- 12
Resumo Detalhado – Documento 95 da CNBB
O Catequista e o Ministério da Catequese
Edição: 2011
Objetivo: Ajudar os catequistas a compreenderem sua identidade, espiritualidade e missão, à luz do chamado de Deus e do serviço à comunidade.
1. Introdução: Um chamado e um dom de Deus
O documento começa afirmando que o catequista é um chamado de Deus, não apenas um voluntário que “ajuda na igreja”.
Ser catequista é uma vocação, um dom gratuito do Espírito Santo concedido para o serviço da Palavra e da fé.
A Igreja reconhece que a catequese é parte essencial da missão evangelizadora. E quem a exerce participa do ministério da Palavra, continuando a missão dos apóstolos: fazer discípulos e formar cristãos maduros na fé.
2. O mistério do catequista: identidade e missão
O documento explica que o termo “mistério” não é usado no sentido de “segredo”, mas de realidade sagrada: algo que revela Deus e sua ação.
Assim, o “mistério do catequista” é o modo como Deus se revela e age através da vida dessa pessoa.
O catequista é:
Chamado por Deus para anunciar o Evangelho;
Enviado pela Igreja como servidor da comunidade;
Sustentado pelo Espírito Santo, que o torna testemunha e educador da fé.
O catequista é, portanto, discípulo, missionário e educador:
Discípulo: aprende de Jesus e alimenta-se da Palavra e da Eucaristia;
Missionário: anuncia o que vive e testemunha com a própria vida;
Educador da fé: acompanha, forma e inicia na vida cristã.
3. Dimensões da vocação do catequista
O documento apresenta três dimensões inseparáveis que formam o “mistério do catequista”:
a) Vocacional
O catequista não se faz por vontade própria, mas é chamado.
Esse chamado exige resposta livre e fiel.
A vocação nasce na comunidade e nela é confirmada.
b) Eclesial
A missão do catequista não é individual, mas parte da missão da Igreja.
Ele é ministro leigo, participante do sacerdócio batismal.
Atua em comunhão com os pastores e outros ministérios.
c) Missionária
Todo catequista é missionário por natureza.
É enviado a anunciar, testemunhar e formar discípulos.
Sua ação não se limita à sala de catequese, mas se estende à vida e à comunidade.
4. O perfil do catequista
O Documento 95 descreve o perfil desejado do catequista cristão:
a) Humano
Pessoa equilibrada, acolhedora e madura afetivamente.
Aberta ao diálogo e à escuta.
Capaz de empatia, serviço e convivência comunitária.
b) Cristão
Alguém que vive a fé com autenticidade.
Participa da Eucaristia, da Palavra e da vida da comunidade.
Tem oração pessoal e comunitária como base.
c) Eclesial
Sente-se parte viva da Igreja.
Trabalha em comunhão com o pároco e os demais ministérios.
Age com espírito de serviço, corresponsabilidade e obediência pastoral.
d) Catequético
Conhece o conteúdo da fé (Sagrada Escritura, Doutrina, Tradição).
Sabe comunicar a fé com linguagem acessível.
É educador, animador e testemunha da fé.
5. Espiritualidade do catequista
O Documento 95 insiste que o catequista precisa alimentar a própria fé.
Sem espiritualidade, o serviço se torna apenas atividade humana.
A espiritualidade do catequista é:
Cristocêntrica: centrada em Jesus Cristo.
Eclesial: vivida na comunhão da Igreja.
Missionária: voltada para o testemunho e a evangelização.
Encarnada: vivida no cotidiano, na família, no trabalho e na comunidade.
O catequista é chamado a ser testemunha antes de ser mestre, lembrando as palavras de Paulo VI:
“O homem contemporâneo escuta mais as testemunhas do que os mestres; e se escuta os mestres, é porque são testemunhas.”
6. Formação do catequista
O documento propõe uma formação integral, permanente e comunitária:
Dimensão do ser: formação humana e espiritual (identidade pessoal e fé).
Dimensão do saber: formação doutrinária, bíblica, litúrgica e pastoral.
Dimensão do saber-fazer: formação pedagógica, metodológica e prática.
A formação deve acontecer na comunidade, com acompanhamento e espaços de convivência, oração e partilha.
7. O ministério do catequista
O Documento 95 já prepara o terreno para o reconhecimento oficial do ministério instituído de catequista, algo que foi confirmado mais tarde pelo Papa Francisco (em 2021, com o Motu Proprio Antiquum Ministerium).
Ele afirma que a Igreja precisa reconhecer, valorizar e, aos poucos, instituir o catequista como ministério estável, em comunhão com os demais ministérios leigos.
Conclusão: o catequista, ícone de Cristo Mestre
O texto conclui recordando que o catequista é ícone de Cristo Mestre, o verdadeiro catequista.
Sua vida deve refletir o amor de Cristo e conduzir os catequizandos ao encontro pessoal com Ele.
A catequese é mais que ensino: é um processo de transformação de vida.
Por isso, o catequista é “servo da Palavra e testemunha do amor de Deus”.